quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Monólogo da criança

Sou criança!
Cheguei, recentemente, de uma longa viagem,
andei no caminho misterioso
do pensamento dos meus pais e,
durante a concepção,
fiz um estágio muito feliz,
ao lado do coração de minha mãe.
Estou aqui,
um pouco assustada, porque
os adultos conversam coisas estranhas
que ainda não consegui entender.
A vida é simples, bonita e colorida,
porque complicam tanto?
Sabe,
imaginam que nós, crianças,
somos incapazes, fracas e bobas.
Não é nada disto.
A gente apenas se esforça para crescere ajudar a construir este mundo:
soltar os passarinhos das gaiolas;
fazer jardins para os beija-flores;
salvar o azul cristalino dos rios;
abrir as janelas das casas e soltar as pessoas...
proteger os animais!
As pessoas crescem,
ficam fortes, nos sufocam com as suas idéias,
não nos deixam falar.
Quero dizer que toda criança
traz uma mensagem divina de paz.
Por favor,se você está triste,
magoado,
ou muito cansado,
que culpa têm as crianças?
Não deposite suas dores e lágrimas
nesta plantinha que mal começa a brotar,
ela se chama criança,
para crescer e florescer feliz
dê a ela fluídos magnético
se milagrosos do Amor.
de Ivone Boechat
Niterói - RJ - por correio eletrônico

Violência infantil

Uma pesquisa inédita realizada por professores do Departamento de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto mostrou que o número de casos de violência contra crianças é maior do que as estatísticas divulgada pelos órgãos oficiais. O trabalho também mostra que, diferentemente do que muitas pessoas pensam, a violência doméstica atinge todas as classes sociais. A professora e psicóloga Marina Rezende Bazon pesquisou a violência doméstica contra crianças em escolas públicas e privadas de 25 cidades da região. As entrevistas foram feitas com os professores porque, segundo a pesquisadora, eles conseguem identificar melhor os sinais de maus tratos. A taxa de violência infantil encontrada na pesquisa foi maior do que a divulgada pelos órgãos oficiais. Em Ribeirão Preto, por exemplo, em média, 5,7% das crianças, de zero a dez anos sofrem maus tratos.
A pesquisa revelou que as cidades com taxas mais altas de violência são as possuem menor número de moradores. Na região de Ribeirão Preto, em Santa Cruz da Esperança, 10% das crianças entre zero e dez anos são vítimas de violência doméstica. Já em Santo Antônio da Alegria, o índice é de 9% e, em Dumond, de 7%. Os dados mostram também que em Ribeirão Preto 8% das crianças de zero a seis anos sofrem mais com a negligência. Já 3,9% das crianças na faixa entre sete e dez anos são vítimas de agressões físicas. Segundo a psicóloga, a violência infantil é registrada em todas as classes sociais, com a mesma probabilidade. Marina Rezende Bazon compara a gravidade dos números revelados na pesquisa com o índice de Aids no Brasil. “A taxa de casos Aids no Brasil chega a 0,65%. E só em Ribeirão Preto, a taxa de violência infantil é de 5,7%”, analisa. Os números mostrados na pesquisa são comprovados nos abrigos da cidade. No Centro de Apoio a Criança Vitimizada de Ribeirão Preto (Cacav), que atualmente abriga 55 crianças vítimas de violência doméstica, a capacidade é para 50 crianças e adolescentes entre dois e 18 anos. A casa recebe, em média, dez novos casos por mês. De todos as crianças atendidas neste ano, em 57% dos casos, o motivo era a negligência dos pais. A coordenadora técnica do Cacav, Marilda Cardoso de Almeida Iara, diz que a função do abrigo é fazer com que os pais se cheguem a um entendimento com os filhos. “Nós tentamos resgatar esse vínculo, ou seja, ensinar pais a atuarem como pais”, explica. Muitos casos de agressão infantil não são denunciados, diz delegada. Cerca de 40% de todas as ocorrências registradas por mês nas delegacias do Estado do Rio de Janeiro são de agressão infantil. Dados do Disque-Denúncia revelam que o maior número de casos é registrado na Baixada Fluminense. Apesar de alto, esse número está longe de ser a realidade. De acordo com a delegada Renata Teixeira Dias, responsável pela Delegacia de Proteção a Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência (Decav), muitos casos não são denunciados: - Essas pessoas procuram manter o fato dentro de casa, fora da delegacia. A gente não toma nem conhecimento de muitos. Ainda segundo a delegada, apenas 1% das denúncias são feitas pelas vítimas. Para ela, o motivo seria o medo de sofrer algum tipo de repreensão. Como ela não não entende que está sendo abusada, acha aceitável - Na maioria dos casos são os pais ou os companheiros dos pais os principais agressores das crianças.
Pena pequena para crime grave
A delegada também chamou atenção para a punição prevista para quem é acusado de violência infantil. No caso de maus tratos a pena varia de dois meses a um ano. Se a agressão resultar em lesão corporal de natureza grave, a pessoa pode pegar de 1 a 4 anos. Já no caso de morte, o agressor pode ser condenado de 4 a 12 anos.
A punição é até leve, infelizmente - lamentou a delegada.
Fonte: Jornal A Cidade e O Globo

Criança x Tráfico

O trabalho da Associação dos Órfãos Chefes de Família (AOCM) mostra como é importante oferecer amor, amizade e cuidados às crianças que perdem seus pais em situações de guerra. Mas, no Brasil, existe guerra? Há, sim. Aqui, as crianças perdem seus pais para a “guerra” da violência urbana, que aflige as grandes cidades. Um dos maiores e mais tristes exemplos dessa luta declarada está nas favelas do Rio de Janeiro, onde as pessoas vivem com medo de traficantes de drogas e policiais corruptos. Os dois grupos mandam e desmandam na população pobre e matam inocentes, que são, em sua maioria, pais de família.
• Não há dados oficiais sobre esses órfãos, mas uma grande pesquisa feita pelo jornal O Globo revelou que, somente em 2003, pelo menos 3.415 pessoas foram assassinadas na cidade do Rio de Janeiro: 94% eram homens e 40,8% deixaram filhos – a maioria, menor de 17 anos (o total foi de 2.985 órfãos). Além disso, 52% das vítimas morreram perto de casa.Fonte: Jornal O Globo
• Quando o pai morre, a família acaba perdendo a maior fonte de seu sustento, e sua qualidade de vida diminui. Sem chão e sem amparo, muitas crianças afastam-se da escola e entram para o mundo das drogas como usuárias ou mão-de-obra para o tráfico.
• Na guerra do narcotráfico, as gangues demonstram seu poder por meio da crueldade dos crimes. Em muitos casos, as crianças presenciam o assassinato dos pais e, por conta disso, carregam traumas para o resto da vida.
• Idade das crianças que trabalham no narcotráfico.
Fonte: OIT/IBGE

A Criança Indígena

Jetsun Pema ajuda a preservar a vida e a cultura das crianças tibetanas, que têm sua liberdade e segurança ameaçadas em seu próprio país, sendo obrigadas a deixá-lo. Elas enfrentam um problema muito parecido com o de meninos e meninas indígenas no Brasil. Os índios, que já estavam aqui muito antes da chegada do homem branco, há mais de 500 anos, foram expulsos de suas terras e dizimados por conflitos e doenças. Além de perderem seus lares e famílias, essas crianças indígenas também estão vendo desaparecer sua cultura.

Na década de 1990, a população indígena cresceu quase seis vezes mais que a população brasileira em geral. Mas, segundo o IBGE, isso não indica necessariamente que os índios estão vivendo mais e melhor. O aumento pode ter ocorrido devido à migração de povos estrangeiros ou ao fato de os indígenas que antes tinham medo ou vergonha de assumir sua etnia, terem passado a valorizá-la.
• A maioria dos índios vive confinada em áreas muito pequenas. O povo guarani-kaiowá de Dourados, no Mato Grosso do Sul, apresenta 2 mil famílias em apenas 3.500 hectares. Tal espaço é insuficiente tanto para a subsistência dessa tribo quanto para a preservação de seus ritos e hábitos. Esse povo tem os maiores índices de desnutrição e mortalidade infantil entre os índios brasileiros.

Mortalidade infantil

• A Organização Mundial de Saúde classifica as taxas de mortalidade infantil da seguinte forma:Altas: 50/mil ou maisMédias: de 20 a 49/milBaixas: menos de 20/mil • No último censo do IBGE, apenas 1,4% das pessoas disse seguir os costumes indígenas tradicionais. É um número muito baixo, que mostra como essa cultura está perdendo força a cada dia.Fonte: IBGE

Crianças e adolescentes na escola

Fonte: IBGE – Censo 2000 Pesquisa: http://www.educacional.com.br/childrensworld2006/reportagem.asp Lionela Corrêa Sonia Barbosa Hendrea João